sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Jeans não foi tão básico assim


A amada e básica calça jeans, que pode ser usada com tudo e pra tudo, seja pra balada do fim de semana, estudar, trabalhar, e até dependendo do contexto de uma festa como esporte chique você encontra ao menos homens usando jeans com sapatos sociais e camisa da estação não era tão básica assim quanto é hoje.
Primeiro que mulher não usava calça em hipótese alguma até a década de 40, e o jeans realmente começou a ser comercializado no Brasil na década de 80. Sim, até paresse um absurdo pensar nisso, mas a calça jeans, hoje tão amada e indispensável em qualquer guarda roupa que se preze, só ganhou sua popularidade e comércio no brasil em meados dos anos 80 para os 90.
Mas, graças a Deus, esses tempos ficaram para trás...
E sim, a calça em geral é uma enorme conquista para as mulheres de todo o mundo, assim como foi o direito do trabalho, do carro, do voto, a administração do Marido, das finanças... enfim... nosso foco não é este.
Nos Estado Unidos, a coisa foi mais rápida, o uso da calça jeans, na década de 50 significava modernidade, simplicidade, conforto, rebeldia.
O mundo conheceu melhor a calça jeans pelos filmes de cow-boy no cinema. John Wayne e todos os famosos vaqueiros do cinema americano, usavam a calça rancheira, feita de brim forte costurado com ilhoses. Com o tempo usar a calça comprida fazia parte da juventude que estava começando a se divertir com o rock and roll. No final da segunda guerra mundial, o desenvolvimento dos costumes americanos era contagiante e fazia com que muitos deles se tornassem objetos de consumo. E entre eles, o jeans chegou e chagou para ficar.
A primeira marca foi a Lee, com cinco bolsos e cintura alta. A história da calça jeans começou por volta de 1850, quando Levi Strauss, nascido na Bavária, foi para os Estados Unidos. Dizem que ele queria vender lona e toldos para carroças a mineradores. E a palavra jeans se originou de um tecido chamado genes, que era usado por marinheiros na cidade de Gênova, na Itália.
Veja o que diz este texto do livro Elegância, como o homem deve se vestir, (Fernando de Barros, Negócio Editora): “A história da fantástica aventura do jeans começou em Nimes, na França, onde foi fabricado pela primeira vez. No entanto, foi a indústria têxtil de Maryland, na Nova Inglaterra, que popularizou, em 1792, o uso desse tecido de algodão sarjado, que chamaram de denim por ser fabricado com as mesmas características do pano que se fazia em Nimes. Por ser um tecido que não merecia grandes cuidados e era durável, no início ele era destinado a roupas para o trabalho no campo e também para os mineiros de ouro na Califórnia. O jeans só se tornaria mais macio muito tempo depois, quando começou a ser lavado com pedras antes de ser posto à venda.
Esse jeans mais macio era produzido por um alfaiate da Califórnia, que fazia calças para mineiros, e que, mais tarde, se associou à Levi-Strauss. Utilizava-se o tecido, vindo de Maryland, e geralmente na cor marrom, para cobrir carroças. Quando a venda de tecido para essa finalidade caiu, ele passou a ser utilizado na fabricação de calças, em uma modelagem resistente e própria para o trabalho das minas. Depois, ao ser vendido em larga escala, o jeans (já tingido de azul - na verdade um tom verde, que com o tempo e a luz, ainda na tecelagem, vai se transformando no indigo blue) se tornaria o elemento principal de uma verdadeira revolução no modo de vestir. E foi Levi-Strauss que patenteou as famosas tachinhas de cobre que permitiam maior resistência no manuseio das calças”.
Pois então, foi assim que os jovens paulistas e do mundo inteiro adotaram o jeans como a roupa universal. O jeans não foi uma simples moda... ele permaneceu e permanece até hoje, no século XXI. Mesmo se alterando e se modificando, parece que o espírito de liberdade que emana da calça jeans ainda subsiste para quem a usa e a adora.